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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dia 9 - Saddest book you’ve ever read

Páreo duro. Tem o Caçador de Pipas. Tem Persépolis. A Cidade do Sol. Todos esses livros de temática talebã. Tudo muito triste, tristíssimo, de doer. Porque ver pessoas alijadas de suas liberdades básicas é sempre muito triste mesmo.


Mas a Menina que Roubava Livros de Markus Zusak, que não tem nada de “talebãnico”, consegue ser, na minha opinião, o mais triste de todos. Porque tudo é triste. O clima é triste, o cenário é triste, a época é triste, os personagens são tristes, a protagonista é triste,a história é triste e a narradora é a morte. Agora fala, imbatível, né?

Dia 8 - Scariest book you’ve ever read

Li um review positivo em algum lugar. Achei a capa bonita. Comprei.
Bem, é um bom livro, mas é.... incômodo. Bem incômodo. O Azul da Virgem de Tracy Chevalier. Não é um filme de terror, nem de suspense, mas tem um clima nebuloso, meio tétrico, um final muito sombrio e abrupto, que deixa o livro em suspenso num momento desconcertante. Este livro, classificado meramente como romance, teve sobre mim um efeito semelhante ao filme “O Chamado”: me deixou num estado constante de medo por alguns dias.


Ella Turner se mudou para a França quando seu marido foi transferido a trabalho. Ela se sente deslocada e desconfortável e começa a ter pesadelos que ela descobrem fazerem referência a seus antepassados Tournier. Com a ajuda do bibliotecário da cidade, ela começa a investigar esse passado obscuro e misterioso. Isabelle de Moulin viveu no século 16 e, por ter seus cabelos subitamente coloridos de vermelho, como a imagem da Virgem da igreja local, ela é associada a bruxaria e sofre perseguições em sua cidadela. Ela se casa para escapar dessas perseguições, mas sofre nas garras da família do marido. Algo (que não ficou claro para mim) liga a vida dessas duas mulheres.

Dia 7 - A book you hated but had to read for school

Não tive traumas literários durante o ensino fundamental nem durante o ensino médio. Mas na faculdade..... The Oscar goes to:
An Essay on the Influence of a Low Price of Corn on the Profits of Stock de David Ricardo
Olha o título. Precisa comentar alguma coisa? Não né? Então tá.

sábado, 27 de agosto de 2011

Dia 6 - A book by your favorite author

P.G. Wodehouse, de novo. Fazer o que, ele é meu autor favorito. Pena que somente 3 de seus livros tenham sido traduzidos para o português. E pena que ler os livros dele em inglês seja tão difícil: ele usa expressões e gírias antigas, do início do século passado. A tradução para o português sabiamente mantém a coerência cronológica e usa expressões como “supimpa”, “esticar as canelas” e “espeto”.

O primeiro livro que li dele foi Então tá, Jeeves. Neste livro, Bertie tenta bancar o cupido para ajudar um velho amigo, que na verdade queria a ajuda de Jeeves. O amigo, criador de tritões, se apaixona por uma moça que acredita que "estrelas são o colar de margaridas de Deus", ou que "um bebê nasce sempre que uma fada espirra", ou que "as lebres são mensageiras da rainha das fadas"... Enquanto isso, Anatole, o maravilhoso cozinheiro francês da tia de Bertie ameaça pedir demissão e pôe toda a família em pânico. Mas, não temam, Bertie vai resolver este problema também! :)


Dia 5 - A book that makes you laugh

Amo a série de livros de Jeeves e Wooster, de P.G. Wodehouse. Mas acho o Sem dramas, Jeeves particularmente engraçado.

Jeeves é o mordomo perfeito. Discreto, culto, sábio, organizado. O perfeito gentleman de um gentleman, um mestre na arte de “mordomear” como diz Bertie Wooster, seu patrão dândi, mimado, confuso e atrapalhado, que atribui ao consumo constante de peixe o intelecto admirável de seu escudeiro.

Com sua ação precisa, seu timing perfeito e sua autêntica fleuma britânica, Jeeves sempre tira seu patrão das confusões em que se mete, bem como a seus amigos.

Em Sem dramas, Jeeves, Bertie é levado pelas circustâncias a passar alguns dias como hóspede na casa de uma pessoa que simplesmente o odeia. Neste período ele consegue destruir um noivado que queria salvar, tomar acidentamente e a contragosto o lugar do noivo e se indispor com o grandalhão e enfurecido eterno enamorado da moça. De quebra, se envolve no furto de uma antiguidade medonha, tenta salvar quem não precisa ser salvo e acaba parando na cadeia. Ufa! Será que Jeeves consegue resolver?

Dia 4 - The first book that made you cry

Esta é difícil, porque chorar pra mim é coisa complexa. Não choro com historinhas de amor. Não choro com coisas que fazem todo mundo chorar. Em compensação, choro com coisas bestas, como propaganda de sabão em pó e show de abertura das olimpíadas. O que é muito embaraçoso.

Mas este livro... até o título dá vontade de chorar: Éramos 6 de Maria José Dupré. Não lembro muito bem de detalhes da história, só de chorar feito uma doida, pensando na velhice de dona Lola. Essa temática familiar e a idéia de decadência e nostalgia normalmente mexem comigo.

Mas voltando ao livro. É a história de dona Lola, que se dedicou a vida inteira ao marido e aos filhos, enviuvou e terminou de criar os filhos sozinha. Ao longo da história, cada um vai se perdendo pela vida, fazendo escolhas muitas vezes equivocadas até que, da família de 6, sobra apenas dona Lola, sozinha, numa casa de repouso.

Dá raiva dos filhos dela. Dá raiva dela, que não esperneou, não chamou na xinxa, não cobrou atitude. Dá raiva do mundo porque essa é uma história que acontece aos montes. E dá uma baita vontade de chorar também.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dia 3 - Favorite book as a child: Série Litttle Houses

Ainda é um dos meus favoritos, e desculpe, mas não é um livro e sim uma série. São os livros de Laura Ingalls Wilder: A Casa na Floresta, A Casa na Campina, O Jovem Fazendeiro, A Beira do Riacho, Às Margens da Lagoa Prateada, O Longo Inverno, Uma Pequena Cidade na Campina, Anos Felizes e Os Primeiros Anos.

Laura nasceu na Grande Floresta do Wisconsin e durante toda sua infância viajou com sua família até se estabalecerem em Dakota, onde ela se casou. Lembra de uma antiga séria de TV Os Pioneiros? Então, foi baseada nestes livros.

Eu amava imaginar aquelas noites dormidas a céu aberto, ao lado da carroça e da fogueira, os acampamentos improvisados, as casas minúsculas e aconchegantes. Eu, criança da cidade, imaginava aquela vida tão diferente da minha e, apesar das perdas e sofrimentos, tudo parecia tão... cheio de aventura. Mesmo quando perdiam a plantação, ou a casa, ou sofriam por meses um inverno rigorosíssimo, nunca perdiam a fé e nunca deixavam de se apoiar mutuamente.

Era reconfortante ler estes livros e ainda é. Mas dentro da série, gosto especialmente de A Beira do Riacho, quando Laura e Mary enfim vão a escola e fazem amigos pela primeira vez. E de Anos Felizes, em que a familia desfruta de momentos de tranquilidade e Laura casa-se com Almanzo.


Dia 2 - A book you don´t like: Musashi 2

Tive algumas decepções literárias. Mas, quase sempre foi porque eu tinha expectativas muito altas. Neste caso, não. Eu realmente não gostei do livro meiiiisssssmo. Musashi 2 de Eiji Yoshikawa. Eu já não tinha achado o volume 1 aquelas coisas, mas quem sabe o 2 "fecharia" a história, não é? Não, não foi.
Musashi foi um grande espadachim e percorreu o Japão para aprender a nobre arte da espada. Ele encontrou grande rivais, grandes mestres e muitos inimigos. Basicamente isso.

*
Talvez o que tenha me irritado tenha sido a ausência de um bom personagem feminino. As duas mulheres da trama, Otsu e Akemi são, como podemos dizer.... duas bocós. Elas eram bocós no livro 1, mas pioraram bastante no 2.

Akemi, mais atirada e auto-confiante, claro, virou vilãzinha. Otsu, tímida e insegura é a heroína. As duas passam os 2 livros correndo atrás de Musashi. Akemi, fazendo loucuras e Otsu dizendo que vai morrer de tanto sofrimento.

Olha, que arte da espada que nada. Musashi percorreu o Japão inteiro fugindo dessas duas malucas, isso sim.

Os personagens masculinos também não são lá aquelas coisas. São a versão medieval dos pit boys. O único personagem mais ou menos interessante é o monge Takuan, um tipo de mestre Yoda japonês, que aparece pouco no vol 2.

Foi graças a Takuan que Musahi deixou de ser um troglodita peludo e se tornou um espadachim. Takuan trancou Musashi numa torre escura por uns 2 anos. Sozinho e com um monte de livros.

Embora pareça ser uma tremenda sacanagem trancar alguém numa torre escura com um monte de livros e mandar o cara ler só com umas velinhas bem chifrinzinhas, o fato é que deu certo e o espírito de Musashi se iluminou. Olha só o milagre que um livro faz.

Daí o cara sai da torre, para a liberdade, a vida, a luz.... e as duas malucas Otsu e Akemi. Tadinho...

Dia 1 - All-time favorite book: O sonho de Cipião

Que difícil. Tenho tantos livros favoritos, amados, idolatrados. E minha preferência muitas vezes varia com meu estado de espírito... Mas vejamos, o favorito de todos os tempos...
É O Sonho de Cipião de Iain Pears. Amo, amo, amo este livro. Uma história que se passa no mesmo espaço geográfico, porém em tempos diferentes, sobre 3 homens: um nobre romano vivendo os últimos dias do império, um poeta medieval durante a peste negra e um intelectual francês durante a ocupação nazista. O que os une é um antigo manuscrito, o amor pela erudição e as difíceis decisões morais que têm pela frente. No meio disso tudo o amor, sempre impossível, sempre improvável.

Desafio 1 mês, 30 livros.

Vi na Zel, que viu na Tina, que viu na Su: 30 dias, um livro por dia. 1mês, 30 livros. Será que consigo? Começo amanhã.

Day 01: All-time favorite book

Day 02: A book you don't like

Day 03: Favorite book as a child

Day 04: The first book that made you cry

Day 05: A book that makes you laugh

Day 06: A book by your favorite author

Day 07: A book you hated but had to read for school

Day 08: Scariest book you’ve ever read

Day 09: Saddest book you’ve ever read

Day 10: Favorite classic

Day 11: Favorite animal book

Day 12: Favorite sci-fi book

Day 13: A book that reminds you of something/sometime

Day 14: A book that reminds you of someone

Day 15: Favorite holiday book

Day 16: Favorite book that was made into a movie

Day 17: A book that’s a guilty pleasure

Day 18: A book no one would expect you to love

Day 19: Favorite nonfiction book

Day 20: The last book you read

Day 21: The best book you’ve read this year

Day 22: Favorite book you had to read for school

Day 23: The book you’ve read the most times

Day 24: Favorite book series

Day 25: A book you used to hate but now love

Day 26: A book that makes you fall asleep

Day 27: Favorite love story

Day 28: A book you can quote by heart

Day 29: A book someone read to you

Day 30: A book you haven’t read yet but want to

Jantar

Creme de legumes. Vinho tinto. Pão.
Hummmmm....

domingo, 21 de agosto de 2011

Quer protestar? Aprenda.

Sou contra qualquer manifestação na av Paulista. Sou contra qualquer manifestação cujo único objetivo seja piorar ainda mais o trânsito péssimo desta cidade, pretendendo com isso chamar a atenção das autoridades (oi?). Porque, na boa, alguém acha que eles estão preocupados com o cidadão preso no trânsito? Aliás, alguém acha que eles dão a mínima para o cidadão, ponto?
*
Quer protestar, bem? Vai lá na frente da câmara municipal (é onde ficam os vereadores, pra quem não sabe). Vai lá na frente da assembléia legislativa (onde ficam os deputados estaduais). Da prefeitura. Do palácio do governo. Chame a atenção das pessoas certas, ao invés de causar transtorno para a população inteira e dar trabalho para os marronzinhos.
*
Quer protestar? Aprenda.
*
Agora, quer protestar, mas protestar mesmo de verdade, igual gente grande? Lembre-se do que é importante pra vc. Pesquise deputados, vereadores, senadores que estejam engajados seriamente nas causas em que vc acredita. E vote neles na próxima eleição.
*
Isto sim é usar seu voto como arma. E não votar no palhacinho Bilu pra mostrar que vc está revoltadinho.
*
Quer protestar? Proteste direito. Ou não encha o saco.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O dedo acusador

Nos últimos meses vimos em São Paulo algumas tristes ocorrências de trânsito que resultaram em mortes. Tristes e lamentáveis. Mas entre fotos chocantes, detalhes espantosos e situações inexplicáveis, o que mais me impressionou foi a rapidez e a paixão com que pessoas completamente desconhecidas tomaram lados e atiraram acusações. “É lógico que ele estava bêbado”, “claro que ela estava correndo”, “essa gente privilegiada se acha dona do mundo” e outras afirmações do gênero, todas cheias de certezas. E preconceitos.
Percebi nessas acusações um certo viés social, já que os carros envolvidos nessas tristes ocorrências eram “carrões”. Parece que um proprietário de, digamos, uma BMW, tem menos direito de se envolver em um acidente do que um proprietário de um Celta, por exemplo. E, caso se envolva no acidente, ele tem muito mais “jeito” de culpado do que o dono de um veículo mais modesto.
Alguns comentários precipitados que ouvi chegavam a invocar uma certa justiça social. “Grã-fino que dirige bêbado tem que ir preso”, “filhinho de papai já ligou logo pro advogado”, e outras pérolas. Estranho é que existe um consenso de que é errado dizer que alguém é isso ou aquilo apenas porque ele se veste mal ou não ostenta símbolos de poder. Porém, parece aceitável chamar alguém disso ou daquilo por se vestir bem ou possuir um carro de luxo. Como se ter dinheiro e usufruir dele fosse errado.
Até as leis da física foram invocadas! “É claro que ele está mentindo. Ele estava bêbado e correndo, senão, pelas leis da física, seria impossível que o acidente ocorresse”. É reconfortante saber que professores de física e demais estudiosos desta matéria jamais se envoverão em acidentes, não é mesmo?
Houve um acidente. Claro que houve erros. Claro que faltou atenção ou cuidado. Mas como é possível, só de ler a manchete na revista, concluir com tanta certeza que existe um único culpado, ou que houve negligência, ou que houve intenção. Não estou aqui afirmando que a culpa foi daquele e não deste, nem que não houve negligência ou desatenção. Estou apenas ponderando que não é possível concluir nada somente lendo algumas linhas num jornal. Para isso existe a investigação, conduzida por profissionais qualificados.
De qualquer forma, mesmo sem embasamento nenhum, as pessoas parecem se sentir impelidas a tomar lados e a acusar. Ah, acusar parece tão bom, um verdadeiro alívio dentro de uma vida de incertezas. Porque quando estou acusando, mostro que sou muito melhor do que o outro, estou muito longe de suas imperfeições. Eu, acusadora, jamais seria tão tola, ou negligente, ou egoísta. Será mesmo?
Há quase 20 anos me acidentei no trânsito. Eu estava na Marginal Tietê as 18:00. Quem vive em Sampa sabe que é impossível correr na Marginal neste horário. O esquema é ponto morto, primeira, ponto morto, primeira. Pois eu estava lá. De repente, minha fila andou. Engatei a primeira, a segunda e.... fui abalroada por um caminhão que resolveu mudar de faixa. Ele não me viu, eu devia estar em seu ponto cego. Nenhum de nós devia estar sequer a 30 km/h. Portanto, não sei explicar como, pelas leis da física, eu rodei na pista e cruzei a marginal, indo atingir o guard-rail e outro carro que não conseguiu parar. Não faço a menor idéia. Só sei que aconteceu. Felizmente, ninguém se machucou. Felizmente, tenho testemunhas quanto a meu estado e a como tudo aconteceu. E, felizmente, meu carro na época, um chevetinho 83 caindo aos pedaços não despertou a ira acusadora de ninguém. Caso contrário, se eu tivesse o carro dos meus sonhos, teria sido um consenso: aquela filhinha de papai, egoísta e mimada, só podia estar bêbada e correndo. Certeza.