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sábado, 2 de junho de 2012

Amor eros, amor Agape

O amor é lindo. O amor tudo pode. O amor é o mais nobre dos sentimentos. Então porque tem tanta gente sofrendo por amor?
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Vejo pais que pensam em seus filhos como se pertencessem a eles, imputam a eles expectativas, impõem pontos de vista, proibem, cerceiam, impedem. Todos sofrem. O filho, que se sente sufocado, os pais que vivem frustrados.
Um dia, o filho se cansa e sai de casa magoado, e os pais se queixam da ingratidão. Todos sofrem de novo. O filho, que se sente culpado e os pais que se sentem abandonados.
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E por que fazem isso? Por amor.
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- Vamos tomar um chope?(marcando um happy com o pessoal do trabalho)
- Não sei, vou ver com minha mina.
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 Momento "não sei o que pensar". Ele vai convidar a namorada pro happy hour do trabalho? Ou vai pedir permissão para ir? Tipo, tudo bem chamar a namorada pro happy do trabalho, acho isso bem legal, só o que soa estranho aos meus ouvidinhos é que parece que a ida do sujeito é condicionada a ida da namorada. Ou seja, se ela não for, ele não vai também. E esse seria um bom momento para conversar com os colegas sobre outra coisa que não seja trabalho, entender melhor as pessoas que convivem com você, criar ou fortalecer relacionamentos de coleguismo.E ele não pode ir sem ela? O que ela acha que vai acontecer lá?
Ou, a outra alternativa: ele vai pedir permissão para ir? Jura????? Pausa para a sensação de vergonha alheia.
E, o que é mais triste: a "mina" não vai ao happy e não autoriza o pobre diabo a ir. Ele obedece, claro. Com o tempo, ele se isola e tudo que existe no mundo dele é "a mina". Daí, o papo dele vai ficando chato e pobre. Como ele sempre obedece, "a mina" sempre sabe o que ele vai fazer. Ele fica cada dia mais desinteressante. Até que "a mina" encontra um outro cara, que fala o que quer e faz o que tem vontade, se apaixona por ele e dá um pé na bunda do outro sujeito. Até estragar o novo sujeito e ir choramingar para as amigas que tem dedo podre e que "homem é tudo igual".
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As "mina" têm um toque de Midas as avessas.
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E, novamente, por que isso tudo? Amor.
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Isso é mesmo amor? Difícil de acreditar, hein!
Peguemos o colecionador de borboletas. Ele caça borboletas. Ele aprisiona as borboletas. Ele sufoca e mata as borboletas. Ele seca as borboletas. Ele prega as borboletas num quadro, fecha com vidro e pendura na parede. Pergunte  ao caçador o motivo dessa barbárie. Ele vai responder que ama borboletas. Imagine se ele odiasse.
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Existe o amor eros, que é o amor "romântico", o amor de um par, o amor de um pelo outro. Existe o amor ágape que é o "amor de Deus", incondicional, o amor que entende e liberta e que se expande e inclui o mundo inteiro. Eros, limita e condiciona. Ágape, liberta e compreende.
Quando se pensa num casal, pensa-se imediatamente em eros. E será que tem mesmo que ser assim? Um amor entre duas pessoas, um casal, não pode ser ágape? Será que a chegada dos filhos não é uma chamada libertadora, um sinal de que aquele amor eros precisa crescer, abranger, aceitar, integrar, libertar?
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Por que um casal tem que amar eros? Por que um casal não pode amar ágape?
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Será que no fundo, no fundo, não foi isso que Jesus queria dizer com "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei"? Não apenas uma exortação a que todos se amassem, mas a que todos se amassem de forma incondicional e libertadora, e que essa forma de amar regesse todos os tipos de relacionamentos.